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Crónicas de uma Vida Pouco Privada

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Do Verão

O calor pode ter consequências devastadoras, tal como falei no post de ontem, mas há algo de mágico nesta altura do ano.

Sem dúvida que, o Verão, é a minha época favorita do ano.

Acho que gosto de praticamente tudo!

Gosto dos cheiros fortes das plantas e da terra, da brisa no final da tarde, da canção que as rãs cantam à noite e da reclamação das cigarras durante as tardes quentes.

Gosto de andar descalça, de comer na rua, de beber limonada, de dormir com pouca roupa, de ter luz até quase às dez da noite.

Gosto de ficar na praia até depois do sol se pôr, do cheiro a protector solar e sal, da areia quente, de mergulhos no mar, de bolas de berlim e de lavar os pés salgados antes de sair da praia.

Gosto de passear à beira-mar, brincar na areia com os miúdos, ler ao som do mar a sentir o quentinho nas pernas, adormecer ao sol e de almoçar na praia à sombra de um conjunto de guarda-sois que mais parece um acampamento.  

Gosto de melancia, de churrascos, de peixe assado e de gaspacho.

Gosto de juntar os amigos à volta da mesa, de andar de barco para ir para a praia, de conhecer novos locais, de beber gin, das noites quentes e de petiscar em vez de jantar.

Gosto do cheiro do after-sun na pele dos meus, da pele morena, das bochechas bronzeadas, de andar de chinelos, de vestir vestidos e de andar de carro de janela aberta.

Gosto de sentir o sol na cara, de sentir a areia morna debaixo dos pés e de ouvir o burburinho das pessoas.

Parece que toda a gente anda mais bem disposta e mais descontraída, cheira a férias, mesmo quando não estamos de férias, deitam-mo-nos mais tarde, acordamos mais cedo, fazemos planos para o fim de semana, vamos à esplanada à noite beber café, os miúdos estão de férias ou a meio gás. Parece que a vida é mais descontraída nesta altura do ano, ou pelo menos, eu gosto de tornar a vida mais descontraída nesta altura do ano.

Adoro praia, adoro sol, adoro esplanar, adoro quase tudo o que o verão nos dá. 

É claro que o verão também nos traz incêndios, mosquitos, calores insuportáveis, escaldões improváveis, longas horas no trânsito, filas intermináveis no supermercado, preços elevados, entre muitas outras coisas, mas honestamente prefiro ignorar tudo isso e aproveitar tudo de bom que esta época nos dá.

Bem Vindo Verão ;) 

 

 

Dos que sabem tudo e dos que mostram tudo!

Disse a mim própria que não iria falar sobre os incêndios dos últimos dias, que assombraram as nossas vidas e nos fizeram questionar, coisas tão simples como a chuva e o vento que podem destruir e salvar ao mesmo tempo.

Mas não falando da catástrofe dos últimos dias directamente (fiz a minha parte e ajudei como pude à distância) mas abordando o assunto indirectamente aqui vai:

 

Dos que sabem tudo!

Acho extraordinário, que nestas alturas tenhamos sempre trezentos mil especialistas no assunto, que se mantêm calados todo o ano, mas que sempre que há um incêndio aparecem de novo, qual Nostradamus, afirmando que o culpado foi x, que já tinham previsto Y há 20 anos atrás, que ninguém os ouve, que o governo isto, que os bombeiros aquilo, que a Protecção Civil não serve para nada, que eu é que sei porque estudo florestas há vinte anos, que eu sou especialista em evacuação mas nunca saí da minha secretária, que as papeleiras têm culpa, que o fogo é um negócio, etc, etc, etc... É fundamental lembrar-mo-nos que num incêndio lidamos com dois elementos extraordinariamente voláteis e instáveis, mãe natureza e seres humanos.

Como sempre o nosso cantinho mostra exactamente aquilo que é, uma mistura de um povo magnificamente solidário que se une para ajudar em qualquer circunstância com um grupo extenso de "achistas" com demasiado tempo de antena, muito pouco bom senso e respeito pelo próximo. 

Porque é que agora, depois de tudo ter acontecido temos tanta gente a dizer "Eu avisei!" "Eu acho que..." "Eu sei que..." "Eu disse..." "Eu..." "Eu..." "Eu..."

Sim todos temos direito à nossa opinião, sim é importante ouvir os especialistas, mas mais do que tudo é importante ajudar quem precisa, respeitar o luto de quem perdeu tanto e tentar apresentar soluções para o futuro. É que de tudo o que ouvi, são poucos os que apresentam soluções, a maioria limitam-se a apontar o dedo. É importante agir mais e pavonear-nos menos ok? Por favor!

 

Dos que mostram tudo!

Mais chocante ainda que os "achistas" é a comunicação social nestas alturas. Não tinha já sido admitido que era cruel e uma falta de respeito e sensibilidade, o tipo de reportagem que acompanha pessoas em desespero a 500 metros do fogo? Não se tinha já concluído que este tipo de exposição era quase criminosa? Onde é que começa o direito à notícia e acaba o direito à privacidade de quem vê a sua vida devastada! Podemos considerar jornalismo, abordar alguém que perdeu tudo há dez minutos atrás perguntando "Como é que se sente?" O que é isto? O que é que se passa com a nossa comunicação social? Os incêndios não são reality shows... Podemos respeitar quem viu as suas vidas arrastadas pelo fogo, quem perdeu familiares, amigos, animais de estimação, gado, bens e memórias? Por favor!

 

E por estas duas situações tem sido para mim muito difícil ver televisão nos últimos dias!

Coisas #31

1 Coisa: Há pequenos pormenores que me fazem voltar ao mesmo café. Ter um jarro com água e copos, disponível para qualquer pessoa se servir, é uma delas. Eu bebo sempre água depois do café e muitas vezes, quando peço um copo de água sinto-me desconfortável com o olhar de desaprovação que me é oferecido. Eu sei que podia comprar uma garrafa, mas eu quero apenas dois goles de água... Por isso este tipo de detalhes deixa-me sempre agradada quando encontro um novo espaço.

 

2 Coisas: A lua estes dias tem estado assim uma coisa do outro mundo, enorme e quase laranja. Adoro!

 

3 Coisas: A máquina de lavar voltou, depois de um prato partido, muita loiça lavada à mão e um dedo cortado vou finalmente, despejar a loiça toda na máquina e sentar-me no sofá enquanto a bicha lava!

 

4 Coisas: Esta semana decidi tirar uns dias de férias, estou rebentadinha e precisava de fazer uma cura de sono, sem Micro de preferência.

 

5 Coisas: Uma coisa fixe dos aniversários dos putos é que eles ganham Legos, que depois eu faço com eles ao final do dia! Aquilo é um vicio do caraças!

 

6 Coisas: Estava em promoção, não resisti e comprei, para os putos e para mim claro! 

 

Cinco Anos de Mini

Há cinco anos atrás, depois de dois dias no hospital, fartinha de tudo e de todos, por volta da 01:25 da manhã, o Mini resolveu finalmente nascer. Feinho que dava dó!

Não, não me apaixonei perdidamente por ele no primeiro momento que o vi (nem nos seguintes!), e não foi por não ser bonito.

Não, não senti uma alegria imensa quando nasceu, senti mais alivio, cansaço e exaustão do que qualquer outra coisa! 

Não, não foi de todo o melhor momento da minha vida, e posso confessar que na primeira noite no hospital, só me apetecia chorar e fugir dali, foi dos momentos em que me senti mais sozinha e lutei muito, comigo mesma, para ultrapassar esta estranheza que tinha dentro de mim.

E sim, como é óbvio, tudo isso passou e sou uma mãe orgulhosa de um puto giro de cinco anos, cheio de energia, com um coração enorme, uma cabeça complexa e muita teimosia tatuada na pele.

O Mini ensinou-me a amar de forma diferente, ensinou-me que há um amor maior de que toda a gente fala, mas que nós, só sabemos o que é, quando sentimos e vivemos a experiência.

O Mini tira-me do sério em vinte segundos e acalma-me no minuto seguinte. A sua teimosia faz-me entrar em modo besta de uma forma incrível, mas os olhos doces e arrependidos que me encaram quando lhe mostro o meu descontentamento (muitas vezes de forma demasiado agressiva), trazem-me à realidade com um estalar de dedos.

O Mini ensinou-me a ser mãe, uma mãe boa, má, péssima, paciente, irritada, magnifica, dependendo dos dias. (Na verdade ele é a minha sala de ensaios, onde testo as várias opções para obter melhores resultados, mas nem sempre sou bem sucedida!)

O Mini ensinou-me que nem todos gostamos de beijos e abraços, mas isso não quer dizer que não amemos quem nos rodeia.

O Mini ensinou-me que por mais que as escalas e tabelas digam o que cada criança tem de fazer em cada faixa etária, cada um tem o seu ritmo e não há mal nenhum nisso.

Mas mais que tudo o Mini ensinou-me que ser mãe é magnífico, entre os altos e os baixos é tudo incrível; ensinou-me que o amor de irmão mais velho é algo adorável de testemunhar e acima de tudo ensinou-me que ser mãe é uma aventura sem dia para terminar, onde as lágrimas e os sorrisos ocorrem a velocidades ilegais, mas que nos deixa sempre de coração cheio.

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Parabéns meu amor!