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Crónicas de uma Vida Pouco Privada

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Dos Sorrisos Difíceis

A vida gosta sem dúvida de nos pôr à prova.
Eu sei que nós controlamos boa parte dos aspectos da nossa vida.
Também sei que a boa alimentação e a correcta actividade física significa normalmente uma vida saudável.
Eu sei que sermos positivos e optimistas facilita o dia-a-dia.
Também sei que encarar as coisas com um sorriso e determinação são uma grande arma para enfrentar a loucura que é viver neste mundo.
No entanto este último ano tem se revelado um pouco desafiante no que diz respeito ao positivismo, especialmente numa área em que sinto que não tenho grande controlo.
A saúde da família, amigos e de quem nos é próximo preocupa-nos e provoca instabilidade no nosso dia-a-dia.
Este ano o desafio tem sido grande, infelizmente. 
O meu pai desmaiou por uma espécie de choque térmico este inverno.
Há menos de um mês, o meu filho mais novo teve uma convulsão ao meu colo devido a febres altas.
Este fim de semana o meu pai foi operado de urgência a um tumor que não sabemos se é maligno ou não.
É sempre difícil ultrapassar estas situações. 
Hoje ainda não consigo olhar para o Micro sem me lembrar da convulsão e de como ele não reagia à nossa voz ou até mesmo às nossas acções.
Hoje ainda me lembro de perguntar ao meu pai se lhe doía o peito quando achei que ele estava a ter um ataque cardíaco este inverno.
Estes dias têm sido passados entre corredores de hospital, que detesto, e horas com a cabeça longe do que estou a fazer e a tentar mentalizar-me de que os próximos tempos serão complicados e que as noticias podem não ser boas, mas ao mesmo tempo concentro-me em boas energias e em acreditar que ele vai ultrapassar tudo isto.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os meus sentimentos mas no dia que entrei pelas urgências a dentro com o Micro ao colo, garanto que as minhas emoções estavam bem marcadas no meu rosto.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os meus sentimentos mas no dia em que o meu pai foi operado chorei mais do que uma vez fechada na casa de banho sem saber bem o que fazer.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os meus sentimentos mas visitar o meu pai todos os dias no hospital parte-me o coração, porque ele não é frágil, não é assim que nós o conhecemos.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os seus sentimentos, mas doí-me ver a angustia que a minha mãe não quer mostrar.
O sorriso continua aqui, o optimismo continua aqui e eu acredito que os problemas normalmente têm solução e também sei que há milhares, milhões de pessoas com problemas muito maiores que os meus. 
Mas tenho de confessar que às vezes é difícil, ser positiva, optimista e bem disposta. Tenho de confessar que às vezes é difícil ser eu! E às vezes o sorriso é difícil, mas está cá!
 
 

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Dos Jogos Olímpicos

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De quatro em quatro anos tomo consciência de como sou viciada em desporto. Sempre adorei os Jogos Olímpicos, sempre vibrei com a cena das meias finais e finais e medalhas ou quase medalhas. 

Desde cedo que sei que para Portugal ganhar medalhas roça sempre ao quase impossível.

De quatro em quatro anos também me desiludo. Não com os atletas, não, com os portugueses ou com a comunicação social ou com quem quer que seja que comenta os nossos sucessos e insucessos nos jogos.

De quatro em quatro anos recordo como é representar o país como atleta mas pagar do próprio bolso a viagem, o equipamento e às vezes o próprio emblema.

As pessoas não entendem a dimensão de Portugal, o que quer dizer ser atleta em Portugal e os sacrifícios de um atleta em Portugal. Á parte do Futebol, que até acho que tem bastante dinheiro disponível, a maioria das modalidades desportivas no nosso país, olímpicas ou não, têm muito poucos apoios. A maioria dos atletas portugueses vai a campeonatos europeus ou mundiais mas paga muita coisa do seu próprio bolso, abdica de muita coisa para poder estar lá mas recebe pouco reconhecimento por isso. 

Milhares de atletas portugueses não sabem o que é um patrocínio muito menos um treinador especializado só para si ou para um pequeno grupo.

Nós somos 10 milhões e ganhámos uma medalha de bronze e dez diplomas olímpicos. Acham pouco?

A maior parte dos países europeus tem mais de 30 milhões de habitantes. 

A maior parte dos países europeus tem infraestruturas destinadas às modalidades olímpicas. 

A maior parte dos países europeus tem planos de treino, acordos com universidades e afins para os seus atletas olímpicos.

Como é que nós podemos exigir mais medalhas aos atletas portugueses sem lhes darmos ferramentas para treinar.

Eu entendo que não haja mais dinheiro disponível para este tipo de actividade.  

Há negócios muito mais interessantes para o país e há problemas muito mais graves para resolver. Mas ... Eu aceito como muito positivos os nossos resultados.

Se gostava de termos ganho mais? Claro que sim.

Se gostava de ter ouvido o nosso hino? Claro que sim.

Mas eu tenho consciência da realidade, e não precisei de mais, mas a maioria dos portugueses, pelos vistos, sabe muito de todas as modalidades olímpicas e acha que os nossos atletas foram uma vergonha nacional.

Mas é o país que temos e por mais antigo que seja, Camões tinha muita razão. Seremos sempre Velhos do Restelo!

 

Coisas #16

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1 Coisa: O Micro entra de férias amanhã e soube ontem que a auxiliar que o acompanha vai continuar para o próximo ano e que a educadora era a que eu queria. Só havia duas hipóteses e confesso que estava muito receosa que fosse uma de quem eu não gosto. Não ia ser simples para mim lidar com ela, já que tenho má impressão da senhora há já algum tempo. Mas as coisas correram bem e o piolho está sem duvida bem entregue.

 

2 Coisas: Este calor, que eu adoro atenção, deixa-me tão mole que me arrasto para trabalhar.

 

3 Coisas: Será que é esta semana que consigo ir ao cinema?

 

4 Coisas: Fui aos saldos, comprei um vestido e desgracei-me na Intimissimi. Aquela loja mata-me.

 

5 Coisas: Tenho pelo menos quatro pares de calças e três calções que precisam de ser reciclados. Preciso de uma costureira urgentemente.

 

6 Coisas: Este fim de semana é de três dias. Será que consigo fazer praia descansada? Sem doenças e afins?

 

Coisas #15

 

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1 Coisa: Os Jogos Olímpicos começaram, e eu mais uma vez estou pregada à televisão. É incrível como de quatro em quatro anos eu me entusiasmo com isto, e os anos passam e contínuo a viver os jogos como quando era miúda e atleta e sonhava como seria participar num evento daquela dimensão. Ontem vi a Filipa ser a melhor portuguesa de sempre em ginástica artística e o Marcos a passar à fase seguinte. E vibro com aquilo tudo... a sério que vibro. Vamos ver se há medalhas para nós este ano ou não.

 

2 Coisas: Ter filhos é uma das minhas maiores alegrias, sou sem duvida uma mulher mais completa desde que tenho filhos, mas tê-los doentes é assustador. Na sexta à noite o Micro pregou-me um susto de morte. Felizmente já passou tudo e já está bem. Mas não recomendo a ninguém.

 

3 Coisas: As praias estão cheias, mas assim a rebentar pelas costuras. Preparem-se!

 

4 Coisas: Estou sem duvida a precisar de férias, férias a sério daquelas que não vou trabalhar dois dias depois. Tenho de descansar a cabeça, o corpo, etc. Quero estar sem pensar em nada uns dias!

 

5 Coisas: Estou viciada em gelados à ceia.

 

6 Coisas: Adoro esta altura do verão em que a vida parece que toma conta de nós, come-se qualquer coisa, acompanha-se com cerveja porque está calor. Bebe-se gin ao serão mesmo que no outro dia se vá trabalhar, vai-se dar um mergulho à praia só porque sim. Não quero que o verão se vá embora. 

Do Verão outra vez!

Quando era miúda as férias eram enormes e de Julho a Setembro estávamos na praia todos os dias, de manhã até ao final do dia. Tenho muitas saudades desses tempos. Dos dias sem pressa, dos almoços na praia, dos finais de tarde com cheiro a maresia, das amizades de praia, dos banhos de mar às oito da noite. Era tudo óptimo. 

Tudo isto se repete actualmente e felizmente. Agora durante menos tempo e muitas vezes só partes do dia em vez do dia todo. 

Mas Verão, estando ou não de férias, desde há muito tempo que significa sair tarde da praia, casa cheia de amigos ou família de longe, jantaradas e esplanadas, só coisas boas.

Este ano não foi excepção e o nosso "hotel" já funciona e os amigos já começaram a ir e vir.

Este ano alguns não ficaram no "hotel" mas estiveram quase sempre connosco.

Os padrinhos do Mini até conseguiram fazer com que ele perde-se o medo do mar e agora já dá mergulhos e tudo. Estes momentos de partilha fazem-nos tão bem.

É por isto tudo que eu gosto tanto do Verão.

 

O bom do Verão são os mergulhos na água quentinha ou fresquinha dependendo da praia.

O bom do Verão é ficar maravilhado com a nossa costa.

O bom do Verão é ver os nossos filhos, a fazer amizades de praia como nós em tempos fizemos e com os filhos dos nossos amigos de praia de outros tempos.

O bom do Verão é ficar na praia até às nove da noite e jantar em qualquer sitio porque os horários e as rotinas nesta altura estão de férias.

O bom do Verão é receber os amigos que estão longe, em nossa casa e fazer com que eles se sintam em casa. 

O bom do Verão é conhecer praias novas e diferentes que são tão bonitas que nos provam que Portugal é magnífico.

O bom do Verão são as jantaradas com os amigos em que somos tantos à mesa que quase não temos loiça para todos.

O bom do Verão é beber gin na esplanada apesar de ter de ir trabalhar no dia seguinte.

O bom do Verão é o cheiro a mar e protector solar no corpo e no cabelo.

O bom do Verão é ver o pôr do sol na praia e ver as gaivotas a chegar para passarem a noite.

O bom do Verão é namorar nos poucos momentos que temos para nós.

O bom do Verão é aproveitar o calor e os dias longos para ser feliz.

O bom do Verão é viver sem pressa e aproveitar cada momento.

 

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