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Crónicas de uma Vida Pouco Privada

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Disto de ser mãe #5

Hoje lia no blog de uma amiga acerca de querer ser melhor mãe. Quem não quer certo?

A verdade é que nos últimos tempos, com tudo o que tem acontecido aqui em casa ando um pouco perdida.

E antes parece que tudo era mais simples, eu ia ao blog da Mum's e lia umas coisas e tentava aplicar e pronto.

Mas hoje, depois de já ter lido muita coisa sobre parentalidade positiva e assuntos associados já não me consigo identificar na totalidade com os conceitos transmitidos. 

Sim eu quero ser melhor mãe, não quero gritar, não quero passar a vida a dizer não, não quero ser agressiva, nem bruta, nem incoerente. Mas também tenho constatado com o passar do tempo que apesar das minhas tentativas muitas vezes o tom baixo e a voz calma não funcionam com o Mini ou até mesmo com o Micro. Ambos testam com frequência os limites, os meus e os deles.

Eu não posso não corrigir o Mini, repreendê-lo mesmo, porque despejou metade da água do banho em cima do irmão e pela casa de banho fora ou porque faz uma birra porque não quer fazer aquilo que nós decidimos fazer, como ir às compras. Não posso ignorar o Micro quando ele insiste em mexer em algo quando lhe dizemos para não o fazer ou quando se faz de vitima para não comer a sopa.

Ultimamente sempre que leio soluções para este tipo de situações tudo me soa a "passarinhos e borboletas" e a "vida é bela" mas na verdade cada criança é uma criança e nem todos reagem da mesma forma aos estímulos, às correcções, às repreensões ou às palmadinhas nas costas.

No dia a dia, ultimamente, ainda as palavras não saíram da minha boca e eu já me arrependi, às vezes estou a ralhar com lágrimas nos olhos porque sei que mais uma vez me estou a passar quando era suposto estar a ser um exemplo e a manter a calma.

Como já disse mil vezes, eu amo ser mãe, continuo a sonhar que um dia posso ter mais um... mas ser mãe é fodido.

No final do dia eu sou um ser humano como outro qualquer que comete erros e que se cansa e que perde a paciência. Por mais que eu não queira admitir esta é a verdade.

E sim eu quero ser melhor mãe, e quero ser mais paciente e mais compreensiva mas não quero de todo ser permissiva.

É uma luta interior que vou ter de continuar a lutar.

Coisas #19

FotoJet Collage.jpg

 

1 Coisa: A chuva chegou e como sempre à hora de almoço para o pessoal se melhor quando vai almoçar.

 

2 Coisas: O Micro passou de "mã" para "Mãí" e "Paí" e passa o dia nisto pela casa, a chamar ora um ora outro. Ficámos foi sem saber o que é "mãm" mas pronto, havemos de lá chegar.

 

3 Coisas: Estou tão atrasada nas leituras que até doí.

 

4 Coisas: Tenho saudades de ir ao cinema.

 

5 Coisas: As alergias atacaram-me de tal forma que custo-me a mexer.

 

6 Coisas: Já viram a série "This is us"? Se não, vejam. Porque é das coisas mais bem escritas a que assisti nos últimos tempos. Aqui fica o trailer.

 

 

Disto de Ser Mãe #4

Amo os meus putos, a sério que sim, como não amei nada igual na vida, porque o amor de mãe é diferente, é gigante e enche-nos a alma, mas é manipulador e masoquista. Leva-nos aos extremos da complacência e da loucura. É uma droga do caraças no bom e no mau sentido.

Neste momento estão ambos numa fase linda, onde o Micro me abraça e me beija com toda a força que tem, corre para mim a chamar pela "mamã"(preferia mãe mas enfim...), fala em catadupa sem que ninguém o perceba, esconde a cara com as mãos quando tem vergonha ou quando faz asneira e ri à gargalhada de quase tudo, demonstrando que é um puto feliz.

Uma fase muito boa, onde o Mini faz amigos com uma facilidade incrível, gosta de me ajudar a fazer o jantar, brinca com o irmão, tem amigos fora da escola e fora da sala dele, com quem tenta passar tempo (o que acho magnífico), brinca com os colegas que estão mais sozinhos e preocupa-se em manter todos contentes com ele.

No entanto, em casa, isto é apenas 10%, porque os restantes 90%, são com birras porque não querem comer (ambos), discussões porque querem as coisas um do outro, amuos porque não lhe faço as vontades, etc, etc, etc.

Confesso que eles me conseguem fazer passar por completo. Eu tento não gritar, mas há momentos em que um ser demoníaco desce sobre mim e eu não consigo não pregar dois berros e mandá-los para o quarto. 

Eu sempre disse que queria ter mais filhos, e continuo a dizer, mas há momentos em que me oiço e penso: "Esta gaja tá maluca! WTF"

Quando era só o Mini isto tudo também acontecia, porque, felizmente ou infelizmente, nem sei bem, tenho filhos cheios de personalidade e com uma grande dose de teimosia (não percebo porquê, já que os pais são ambos tão flexíveis...) mas repreender o Mini com o Micro agarrado à minha perna, ou repreender o Micro com o Mini a rir-se da asneira que o outro acabou de fazer roça um bocadinho a loucura.

Mas tudo isto passa, quando a educadora do Mini comenta com alguém que nos conhece, que o Gabriel é um doce de menino e que parece um homem em ponto pequeno, sempre muito cordial e educado ou quando todas as auxiliares da escolinha do Micro lhe chamam Nenuco e fazem fila para o ter ao colo porque ele é muito mimoso.

E é aqui que o coração de mãe se enche de orgulho e nós nos esquecemos do copo de leite que o outro derramou porque não faz nada com atenção ou do rasto de água que o mais pequeno deixou pela casa toda porque acha giro ver as gotas a pingar da tetina.

E assim sou uma mãe de coração cheio (nos dias bons )!

 

Do Regresso a Casa

Uma das melhores coisas de ir de férias (e sim eu vou fazer um post sobre as férias) é o regresso a casa. Especialmente quando não levamos os miúdos connosco.
Tinha saudades deles, do cheiro, dos gritos, dos beijos, de tudo, além disso adoro chegar a casa e voltar a dormir na minha cama, é assim uma coisa que me faz sentir reencontrada.
Desta vez o regresso tinha muitas coisas boas. 
O meu pai já tinha tido alta e estava em casa. O Micro já andava destemidamente por todo o lado. O Mini contou os dias para regressarmos a casa. Tudo coisas que nos fazem sentir amados e felizes.
No domingo resolvemos passar o dia com os R's porque ambos os putos, os deles e o meu, estavam a ressacar de saudades uns dos outros. E como compensação por termos ido de férias sem eles (sim porque nestas coisas, a culpa nunca nos larga) passámos a tarde juntos, na praia, não a fazer praia, mas na praia, um dos nossos sítios favoritos e acabámos em nossa casa a jantar pizza e sushi.  
Depois de lanchar-mos fomos dar um passeio junto ao mar e o cenário era este.
 

 

E nesse passeio senti-me uma mulher cheia de sorte que tem tanto tão bom à sua volta que não tem razões para se queixar. Sem duvida que recarreguei baterias para tudo o que ai vem, seja bom ou mau. Este cenário tem sem dúvida poderes curativos.

E ser testemunha do crescimento da amizade dos R's e dos meus filhos é algo que me enche o coração, de uma forma difícil de explicar.

Só por um regresso destes vale a pena ir de férias, mesmo sejam curtas como as nossas foram.