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Crónicas de uma Vida Pouco Privada

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Do romantismo...

Em Fevereiro, eu e o homem, comemoramos 15 anos de namoro, 15 anos de vida a dois. Não casámos por opção e ao fim de pouco mais de 6 meses de namoro estávamos a viver juntos. 
Somos o resultado de uma longa amizade que se transformou em algo mais, não imagino a minha vida sem ele e às vezes tenho dificuldade em lembrar-me como era antes de ele fazer parte dela.
Não somos românticos, nem eu nem ele, nunca fomos de grandes declarações e manifestações de amor. Digo-lhe que o amo quando sinto essa vontade ou ás vezes necessidade e normalmente só preciso de um abraço dele para lhe ler os pensamentos.
Este ano vamos comemorar o nosso aniversário em Paris, o que é um verdadeiro cliché, especialmente para quem acabou de afirmar que não éramos um casal romântico, mas queríamos levar os miúdos à Disney e o ano era este e pensei porque não Fevereiro, fui ver os preços e é sem dúvida a melhor altura para lá ir por isso, juntámos as duas coisas e vamos comemorar um bocadinho antes da data, mas isso pouco importa, o que interessa é viver o momento e aproveitar Paris da melhor forma possível.
Apesar de afirmar que não sou romântica, a música que oiço muitas vezes tenta mostra-me o contrário. Sou daquelas pessoas que se arrepia quando ouve uma música boa ou que chora se a letra o proporcionar. Quando saiu "Assim Nasce uma Estrela" quis ver o filme imediatamente, primeiro porque o "Shallow" já andava a tocar online e eu adorei a múscia ao primeiro instante, depois porque gosto daquele estilo drama/musical, também porque li que o Bradley Cooper tinha pedido conselhos ao Eddie Vedder acerca de realizar o filme ou não e estava muito curiosa com o resultado, depois porque sabia que a Lady Gaga tem uma voz fenomenal e tinha mesmo de ouvir tudo aquilo que ela tinha para nos cantar. Chorei boa parte do filme, provavelmente porque a personagem do Bradley Cooper me faz lembrar um pouco o Eddie Vedder e porque a letra da maioria das músicas é realmente intensa. 
E ai voltamos a falar do romantismo, há músicas no filme que são verdadeiras declarações de amor.
"I'll never love again" é uma delas e eu choro quase todas as vezes que a oiço. E não me chamem lamechas, sou só sensível e pelos vistos romântica ;)
 

E sim eu sei que é a segunda vez que estes dois vêm à baila, mas gosto particularmente deles neste momento. 

 

Coisas #41

1 Coisa: Confesso que já estou um bocadinho farta deste frio... 

2 Coisas: Desde o início do ano criei um bullet journal, adaptado a mim e ao que pretendo, onde registo as minhas actividades diárias, nomeadamente hábitos de leitura, yoga, meditação, exercício, escrita, etc. Para já a correr bem, espero conseguir continuar.  

3 Coisas: O Sporting ganhou a Taça da Liga... e foi um final de jogo do caraças, cada vez vejo menos futebol (já foi quase doente por futebol) mas quando os jogos entram naquele frenesim não consigo resistir. Há que referir que sou sportinguista ;)

4 Coisas: Entrei em modo count down, para semana vou de férias e mal posso esperar, espero que o tempo colabore.

5 Coisas: O mundo está virado do avesso, ha muita coisa que precisa de mudar, há demasiadas coisas más a acontecer, mas depois acontece isto...

E eu fico como o Eddie Vedder e acredito que podemos resolver os problemas do mundo com a música... 

Do fim de semana...

Vamos de férias para a semana, entrámos em modo countdown e passámos o fim de semana quase fechados em casa, e porquê? Porque passou uma virose lá por casa que deixou metade da equipa lesionada, resultado: achei melhor deixar toda a gente a recuperar bem resguardada, porque estes putos têm uma tendência fantástica para adoecer nas piores ocasiões.

Mas confesso que no domingo também não me estava a sentir muito bem, estava mole e com uma dor de cabeça gigante, provavelmente por estar menstruada. Tenho muitas saudades da minha pílula de amamentação, desde que o Micro nasceu (quase 4 anos) que tem sido o meu método contraceptivo e é sem dúvida o meu preferido, mas como não tenho período também aumento a probabilidade de formação de quistos e foi o que aconteceu. Felizmente o problema resolveu-se com o regresso a uma pílula com estrogênio e progesterona e todos os seus efeitos secundários... Enfim, não se pode ter tudo ;)

Como ficámos o domingo todo em casa arranjei estratégias para entreter miúdos e graúdos, na verdade não os queria agarrados ao ecrã, o Mini tem ma tendência gigante para passar horas a jogar ou a ver filmes ou tv... Brincaram com quase tudo o que têm em casa, desde jogar hóquei, fazer vilas de Lego Duplo, montar aviões de Lego mas de marca branca (não comprem são uma treta, as peças não encaixam bem, os planos saltam passos e no final o lego está sempre a desmontar-se... não sou muito destas coisas, mas neste caso é mil vezes melhor o original), lutas de almofadas, fazer casas de baixo das mantas e montar exposições de carros. Só não jogaram playstation e só viram um filme ao final do dia de ontem ;)

O fim de semana acabou por ser bastante produtivo, como estava fechada em casa fiz, iogurtes para a semana, scones para o lanche, um bolo e a granola para comer com o iogurte. 

Disto de ser mãe #11

Mudando um pouco de temática relativamente ao post anterior, mas não fugindo muito, quero dizer que tenho muito orgulho nos meus putos.

Tenho a sensação que ando sempre zangada com eles, que parece que andamos sempre às turras e que eles nunca fazem o que lhes digo, mas a verdade é que quando vou às reuniões da escola e oiço o que as professoras têm para dizer, apercebo-me que talvez a coisa não esteja tão má assim. 

O Mini entrou este ano para o primeiro ciclo, e não podia estar mais satisfeita, na verdade o miúdo integrou-se perfeitamente, faz os trabalhos de casa na biblioteca da escola enquanto espera por mim, a maioria das vezes e teve muito bons resultados no final no primeiro período. Apresenta boa capacidade de aprendizagem das letras e um raciocínio muito bom a matemática, as artes não são a praia dele, mas isso eu já tinha percebido. Confesso que fiquei muito feliz por o ver tão bem integrado nesta nova realidade, fiquei apenas um pouco preocupada com as pequenas obsessões dele, ele é um pouco OCD como eu e sei de experiência que isso nos trás alguns dissabores ao longo da vida. 

O mais novo também mudou este ano. O Micro entrou para o pré-escolar e apesar de achar que ele não ia adaptar-se muito bem, porque é mais mimalhinho, na reunião de final de período com a professora, percebi que afinal, aquelas vergonhas do início do dia, dispersavam rapidamente e que surpreendemente o miúdo ajuda muito os colegas e a equipa da sala, arruma tudo o que utiliza e é um miúdo muito interessado. Ora quando eu em casa lhe peço para arrumar alguma coisa, ele responde que não pode porque está muito cansado ou muito ocupado, imaginem a minha surpresa.

Gosto muito da escola onde eles estão, gosto da equipa do pré-escolar e gosto muito da professora do Mini, apesar de achar que ela é um bocadinho exigente de mais com eles, no entanto para o miúdo esse nível de exigência correu bem por isso não podia estar mais satisfeita.

Em resumo, apesar das minhas dúvidas e inseguranças, de achar que muitas vezes sou uma nódoa como mãe e de me sentir uma besta quase todos os dias, nem tudo é mau e os miúdos na escola são uns bem dispostos, responsáveis e gostam de apreender. 

Do "ser antisocial"

Não sei estou a travessar uma fase muito boa da minha vida ou uma fase muito má.

A verdade é que cada vez mais sinto que me estou a tornar antisocial. 

Não há muito tempo falei aqui  de como praticamente tudo o que fazemos hoje em dia é de alguma forma moldado pela sociedade em que vivemos, como é óbvio isso tem partes boas e partes más. 

Há pouco tempo falava com uma amiga que justificava, a mim e provavelmente a ela própria também, o porquê de não ter alugado um espaço diferente para a festa de aniversário do filho, o porquê da festa não ter insufláveis ou animadora. 

Na verdade, as festas de aniversário monumentais são mais uma imposição da nossa sociedade. É óbvio que é uma loucura fazer uma festa de miúdos num apartamento, assim como é óbvio que em alternativa, será necessário alugar um espaço próprio para o efeito, e claro que quanto mais atracções esse espaço tiver melhor, mas os preços praticados hoje para um espaço desse são na maioria das vezes assustadores, e muitas vezes para os miúdos, a simples festa basta. Eu sei que sou uma privilegiada, que tenho um bom espaço para juntar muita gente em minha casa, mas normalmente sou eu que faço tudo, e confesso tenho muito orgulho nisso.

E aqui chego à minha afirmação inicial, acho que me estou a tornar antisocial.

Este é um dos factores. Cada vez mais, quero ser eu a fazer as coisas, quer ser eu a criar, a decorar, a alterar, acho que estamos demasiado consumistas, e isso assusta-me. E sim eu sei que assim não ajudo em nada a economia, os mercados emergentes, as start ups e tudo mais. Ou seja eu não sou uma mais valia para o meu país, confesso... mas cada vez mais me sinto menos confortável, com o excesso de consumo que me envolve, pode ser paranóia ou mais uma vez influência da sociedade, na versão contrária à falada anteriormente. 

Outro factor que me leva a concluir que me estou a tornar antisocial é o facto de boa parte das pessoas com quem convivo diariamente me irritar, as pessoas estão muito egoístas, centradas nelas próprias, sempre a tentar ignorar que o mundo contínua a girar e que elas não são o centro do mundo. Tenho poucos, mas muito bons amigos, muitos deles que são como família, tenho alguma família também porque quem nutro muito carinho, mas tirando estas que me são próximas, a maioria das pessoas com quem me cruzo no dia a dia são uma desilusão e elas fazem parte da nossa sociedade, aquela que nos tenta encaminhar num determinado sentido.

Para terminar porque isto já vai longo, noto que não me sinto confortável com muitos dos pais dos amiguinhos dos meus miúdos. O facto deles serem amigos não implica necessariamente que eu e os pais deles também sejamos, muitos deles são pessoas com quem eu não identifico de todo ou são pessoas daquelas que referi acima...

Em resumo estou a tornar-me antisocial, se isso é bom ou mau não vos sei dizer.    

Da Palavra do Ano

A palavra do ano 2018 foi "enfermeiro", seguida de perto por "professor".

São duas profissões, que honestamente não seria capaz de exercer, a primeira, porque sangue e feridas é uma coisa que me perturba, ao ponto de ficar mal disposta, além de que, não sou muito empática com gente arrogante ou mal educada, logo teria dificuldade em lidar com boa parte dos doentes.

A segunda porque seria presa por agressão a menor com quase toda a certeza, ao fim de um tempo a dar aulas.

Respeito muito ambas as profissões, como respeito todas as profissões, já que nós não somos nem mais nem menos que outro qualquer profissional, aquando do exercer das nossas funções.

Mas não foi para falar de profissões que me lembrei de escrever este post. 

Na verdade o post é sobre a palavra do ano, e não percebo como é que uma das opções não foi "egoísmo".

É que 2018 foi sem dúvida o ano em que a palavra "egoísmo" mais me veio à cabeça, sempre que via notícias, fazia scroll nas redes sociais, ou convivia com uma boa parte da população. 

Não me lembro de haver um ano em que o "egoísmo" do mundo fosse tão evidente, mas assumo que não fosse listada para palavra do ano, por uma razão muito simples, não foi verbalizada. 

O "egoísmo" é mesmo assim, todos o vemos, mas raramente falamos nele.  

 

Do ano novo

O Natal passou a correr como sempre e chegámos a 2019 quase sem dar por isso. 

Não pretendo listar desejos, nem resoluções, quero apenas lembrar a mim mesma, que tenho mais 365 dias, hoje 364, para viver da melhor forma possível. 

Quero amar mais, sorrir mais, escrever mais, aprender mais, olhar mais para mim, ser mais mãe dos meus filhos, mais companheira do meu homem, mais filha dos meus pais, mais amiga dos meus amigos, mais consciente do que me envolve, mais compreensiva, mais empática e mais cívica. Quero viver mais!