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Crónicas de uma Vida Pouco Privada

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Little Things #19

 

* De manhã o pai sai de casa em direcção ao carro, chamando o Mini e o Micro. O Mini vai atrás dele, mas o Micro, que não tem muito bom acordar fica a chorar à porta, porque o pai não esperou por ele. O Mini olha para trás quando ouve o irmão a choramingar e volta pega-lhe na mão e diz: "Vamos, o pai não vai embora, ele vai connosco." E o Micro cala-se dá a mão ao irmão e vão assim de mão dada até ao carro. * 

 

Do Fim de Semana de Chuva

Costumo detestar chuva, acho que tudo fica mais feio, os dias são mais tristes e as pessoas ficam sem energia. 

Quando chove não me apetece sair de casa, mas depois irrita-me o facto de estar fechada em casa ao fim de semana, é um desperdício, mas por acaso este fim de semana até foi agradável.

Estivemos os dois dias enfiados em casa, no meio de brinquedos espalhados pelo chão, lareira sempre acesa, livros de estórias, maratonas de cinema (UnderWorld), cozinhados, chás quentes, manhãs tardias na cama dos pais, cafés longos adoçados por biscoitos que fiz logo de manhã, limpezas chatas e reorganizações.

Não é simples passar dois dias enfiada em casa com dois putos cheios de energia, mas a coisa fez-se e confesso que até soube bem, os quatro no nosso casulo aproveitámos ao máximo um dos fins de semana mais molhados dos últimos tempos.

 

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Do Nosso Natal

Finalmente o post sobre o Natal!

Este ano posso dizer que o nosso natal foi assim um pouco adoentado.

Basicamente estavam quase todos doentes, a mãe, a avó, o avô, a irmã, o pai obviamente. No entanto isso não nos impediu de comemorar-mos a noite de Natal como sempre fazemos, com uma mesa cheia do que mais gostamos.

Eu já disse milhões de vezes que adoro esta época do ano e poder vivê-la mais um ano com todos à mesa é o melhor que podia ter acontecido.

Na mesa principal tivemos as ostras e o berbigão como é tradição, também não faltou camarão e a tábua de queijos, terminado com o bacalhau que este ano estava assim para o seco porque a cozinheira queria fazer muita coisa ao mesmo tempo.

Na mesa dos doces, tivemos aletria para matar as saudades do Natal na casa do homem, os sonhos e as azevias de batata doce e claro o toucinho do céu. Convencer o Micro que não podia mexer naquilo tudo não foi simples mas conseguimos.

 

 

Tivemos de acelerar um pouco a chegada do Pai Natal porque a ala dos doentes não estava a aguentar a pedalada e por volta das 22h30 ouviram-so os sinos e as renas no telhado. O Mini correu lá para fora com o pai e quando voltou para casa, depois de só ter visto a pontinha do trenó, o Pai Natal já tinha passado, só comeu as bolachas, deixou o leite e esqueceu-se do saco dos presentes.

Como sempre a loucura de desembrulhar os presentes foi muita, mas deu aos adultos a oportunidade de soltar umas gargalhadas com os comentários de ambos os piolhos a cada presente que recebiam ou que entregavam.

O que interessa é que estávamos todos e espero que para o ano sejamos os mesmos, ou mais, à mesa a partilhar sorrisos, conversas e brindes a um dos dias mais iluminados do ano.

Das Nossas Mini-Férias em Londres

Mais uma vrz fomos de mini-férias, e foi óptimo.

Há já algum tempo que planeava fazer férias com os miúdos com a inclusão de uma viagem de avião. 

Felizmente a Ryanair faz promoções muito interessantes e numa das minhas pesquisas encontrei preços muito atractivos para Londres.

Já queria visitar Londres com os miúdos pela altura do Natal desde o ano passado, mas queria esperar que o Micro crescesse um bocadinho. Sempre disse que não era fã de viajar com miúdos de fraldas. Mas o Mini não tem culpa do irmão ainda ser pequeno e achei que o Micro já estava capaz de nos desenrascar-mo-nos com ele, por isso depois de fazer contas lá decidimos embarcar na aventura de viajar com dois putos pequenos, para um país estrangeiro, com uma moeda e língua diferente da nossa e com o recurso a transportes públicos. 

Em jeito de balanço admito que foi um bocadinho loucura, mas foi tão bom.

 

 

 

O tempo esteve mais ou menos, só apanhámos chuva um dia e estávamos abrigados quando choveu, os putos portaram-se melhor do que esperava, Londres continua incrível, as feiras de Natal são lindíssimas e caríssimas, esteve frio mas felizmente estávamos preparados, o hotel foi uma óptima escolha, a localização não era excelente, mas pelo preço e a proximidade do metro foi mesmo muito boa escolha. 

Viajar com miúdos pequenos é sempre diferente, desafiante e até um pouco loucura, quando usamos apenas metros e comboios que partem a horas certas e não esperam por nós. Sentimos na pele a angustia de perder um ou outro mais do que uma vez, mas optamos sempre por ter calma e esperar pelo resultado e correu bem.

 

 

 

Aprende-se muito com este tipo de viagens. 

Desde de que viajei com eles, sei que o tempo não estica.

Sei que por mais planos que faça, nunca conseguimos fazer aquilo que planeamos.

Sei que o carrinho é fundamental até para o mais velho.

Sei que tudo é muito mais complexo com miúdos, até o simples acto de entrar num autocarro.

Sei que crianças e comidas diferentes pode não ser uma boa mistura.

Sei que andar de qualquer meio de transporte mais do que uma a duas horas torna-se saturante, mesmo que seja de avião.

Sei que tudo demora muito mais tempo com eles.

Sei que em Londres não há assim sopa à venda em todo o lado.

Sei que não vale a pena tentar acelerar as coisas com eles, porque eles fazem tudo ao seu tempo.

Mas também sei que tudo tem outra luz e outra cor visto pelos olhos deles.

Sei que nestas viagens eles aprendem mais do que num mês de escola.

Sei que o meu coração se enche quando os oiço a falar com entusiasmo sobre a experiência que viveram.

Sei que eles acham que o que nós fizemos foi um espectáculo.

Sei que no futuro não se vão lembrar de muito, porque são muito pequenos, mas alguma coisa vai ficar de certeza.

 

 

 

Foram quatro dias, de museus, passeios a pé, feiras de Natal, Hyde Park com esquilos e tudo,de Cambridge, uma cidade linda, por que me apaixonei ao primeiro olhar e me deu vontade de voltar ainda antes de me ir embora, de comidas diferentes, noites muito bem dormidas, pequenos almoços à inglesa, sorrisos, sestas no metro e autocarro ou até mesmo às cavalitas do pai, muitas escadas com e sem malas, iluminações de Natal, muitos "Uau's" e muita excitação, muito cansaço e ceias no chão do quarto de hotel, muitos abraços e poucas fotos, porque com eles é muito complicado tirar fotografias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E principalmente muita união, estarmos assim os quatro sozinhos num país que não é o nosso, mesmo que seja só a passear aproxima-nos muito, somos só nós, não está ali mais ninguém. Adorei!

 

Coisas #21

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1 Coisa: Estive de férias uma semana e soube a pouco!

 

2 Coisas: Tenho os posts sobre as férias atrasado, eu sei... ainda não consegui editar as fotos.

 

3 Coisas: E assim sem dar-mos por isso o Pai Natal já chegou à cidade e esta quinta já vou montar a árvore, o tempo passa a correr.

 

4 Coisas: Uma das cenas que mais gosto do inverno são os domingos no sofá a comer brownies e a beber chocolate quente com a lareira acesa. Em contra partida detesto ter de vestir três ou mais camadas de roupa.

 

5 Coisas: Independentemente do que referi acima, adoro esta altura do ano, e toda a preparação e envolvência que antecipa o Natal!

 

6 Coisas: Os abraços que os meus putos dão um ao outro enchem-me o coração e felizmente são cada vez mais frequentes.

 

Da Aventura de Acampar

Fomos de férias, quer dizer mini-férias, mais uma vez, mas o Sol não quis vir connosco.

A minha vida está assim um pouco em stand-bye desde o final de Agosto. Estes dias têm sido um pouco complicados e ultimamente a minha vida resume-se a casa, trabalho e hospital. 

Ás vezes sinto-me um pouco sem rumo e isso assusta-me.

Há já algum tempo que tínhamos falado, eu e o homem, em acampar com os miúdos. Tínhamos saudades de Aljezur e daquelas praias magníficas e gostávamos de oferecer essa experiência ao Mini. Adiámos esta pequena viagem o verão todo, porque o tempo passa rápido, porque o verão aqui em casa é sempre um pouco agitado, porque o homem não tem férias nesta altura do ano, porque entretanto o Micro resolveu ter uma convulsão, porque entretanto o meu pai foi internado de urgência e não sabemos quando voltará a casa, por tudo e mais alguma coisa. 

Como não sabíamos se realmente íamos conseguir, não combinámos, nem sugerimos esta hipótese a ninguém.

Na sexta-feira passada, depois de ir ver o meu pai, como faço quase todos os dias, vim para casa a pensar que os miúdos, à conta disto tudo, têm passado os dias fechados em casa e em conversa com o homem acabámos por decidir que era altura de fazer alguma coisa diferente, para eles, antes do inicio das aulas.

Desta forma, no sábado, depois do homem chegar do trabalho e de ter arrumado as coisas todas para levar, sem ter feito uma lista ou planeado nada para esta viagem, saímos em direcção a Aljezur ao som de Peral Jam como é óbvio.

Chegámos ao Parque de Campismo do Serrão, casa de tantas outras férias nossas em anos anteriores, faltavam 5 minutos para as 22h. E a recepção fechava às 22h. Como disse não foi muito planeado e achávamos que a recepção era até à meia-noite.

Montámos a tenda de noite, o melhor que conseguimos e na manhã seguinte percebemos que estava montada num caminho e não no local próprio para tal. Detalhes!

Foram dois dias óptimos, apesar do nevoeiro, os miúdos adoraram, o Micro talvez seja um pouco novo ainda para estas andanças, mas o Mini já se desenrasca muito bem. Houve birras como sempre, houve gargalhadas, almoços na praia, jantares no restaurante. Houve noites ao luar, houve perguntas e mais perguntas sobre os barulhos, as sombras, as pessoas, os balneários, as pulseiras, as chapas da tenda e do carro, as regras, as praias, e sei lá mais o quê. Tudo era novidade!

Como o nevoeiro continuou persistente, no domingo resolvemos fazer praia em Lagos, na Meia Praia, onde não havia nevoeiro mas sim um sol quentinho e água calma sem ondas para os miúdos brincarem e para nos fazer sonhar com o próximo verão, já que este está mesmo, mesmo no fim. 

Acho que correu bem, o Mini tem mais uma memória para contar, adorou dormir numa tenda.

Nós estávamos a precisar, eu estava a precisar, a minha cabeça estava a precisar e foi bom, muito bom. Espero repetir, na próxima com os R's por exemplo, já que o Mini passou o tempo a dizer que os amigos dele iam gostar muito de acampar numa tenda também (eu expliquei que tinha sido tudo em cima da hora, mas ele acha sempre que tudo é possível num instante, acho que isso é culpa minha).

Aljezur é e provavelmente sempre será um dos meus sítios favoritos neste país. Ir lá faz-me sonhar com uma vida de relax, daquelas em que vivemos dos rendimentos e não do ordenado, porque lá não seria fácil arranjar emprego, mas é como o meu local de cura e recuperação, o nosso local secreto, my favorite spot!

 

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Dos Sorrisos Difíceis

A vida gosta sem dúvida de nos pôr à prova.
Eu sei que nós controlamos boa parte dos aspectos da nossa vida.
Também sei que a boa alimentação e a correcta actividade física significa normalmente uma vida saudável.
Eu sei que sermos positivos e optimistas facilita o dia-a-dia.
Também sei que encarar as coisas com um sorriso e determinação são uma grande arma para enfrentar a loucura que é viver neste mundo.
No entanto este último ano tem se revelado um pouco desafiante no que diz respeito ao positivismo, especialmente numa área em que sinto que não tenho grande controlo.
A saúde da família, amigos e de quem nos é próximo preocupa-nos e provoca instabilidade no nosso dia-a-dia.
Este ano o desafio tem sido grande, infelizmente. 
O meu pai desmaiou por uma espécie de choque térmico este inverno.
Há menos de um mês, o meu filho mais novo teve uma convulsão ao meu colo devido a febres altas.
Este fim de semana o meu pai foi operado de urgência a um tumor que não sabemos se é maligno ou não.
É sempre difícil ultrapassar estas situações. 
Hoje ainda não consigo olhar para o Micro sem me lembrar da convulsão e de como ele não reagia à nossa voz ou até mesmo às nossas acções.
Hoje ainda me lembro de perguntar ao meu pai se lhe doía o peito quando achei que ele estava a ter um ataque cardíaco este inverno.
Estes dias têm sido passados entre corredores de hospital, que detesto, e horas com a cabeça longe do que estou a fazer e a tentar mentalizar-me de que os próximos tempos serão complicados e que as noticias podem não ser boas, mas ao mesmo tempo concentro-me em boas energias e em acreditar que ele vai ultrapassar tudo isto.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os meus sentimentos mas no dia que entrei pelas urgências a dentro com o Micro ao colo, garanto que as minhas emoções estavam bem marcadas no meu rosto.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os meus sentimentos mas no dia em que o meu pai foi operado chorei mais do que uma vez fechada na casa de banho sem saber bem o que fazer.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os meus sentimentos mas visitar o meu pai todos os dias no hospital parte-me o coração, porque ele não é frágil, não é assim que nós o conhecemos.
Eu não sou uma pessoa que demonstra muito os seus sentimentos, mas doí-me ver a angustia que a minha mãe não quer mostrar.
O sorriso continua aqui, o optimismo continua aqui e eu acredito que os problemas normalmente têm solução e também sei que há milhares, milhões de pessoas com problemas muito maiores que os meus. 
Mas tenho de confessar que às vezes é difícil, ser positiva, optimista e bem disposta. Tenho de confessar que às vezes é difícil ser eu! E às vezes o sorriso é difícil, mas está cá!
 
 

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Do Verão outra vez!

Quando era miúda as férias eram enormes e de Julho a Setembro estávamos na praia todos os dias, de manhã até ao final do dia. Tenho muitas saudades desses tempos. Dos dias sem pressa, dos almoços na praia, dos finais de tarde com cheiro a maresia, das amizades de praia, dos banhos de mar às oito da noite. Era tudo óptimo. 

Tudo isto se repete actualmente e felizmente. Agora durante menos tempo e muitas vezes só partes do dia em vez do dia todo. 

Mas Verão, estando ou não de férias, desde há muito tempo que significa sair tarde da praia, casa cheia de amigos ou família de longe, jantaradas e esplanadas, só coisas boas.

Este ano não foi excepção e o nosso "hotel" já funciona e os amigos já começaram a ir e vir.

Este ano alguns não ficaram no "hotel" mas estiveram quase sempre connosco.

Os padrinhos do Mini até conseguiram fazer com que ele perde-se o medo do mar e agora já dá mergulhos e tudo. Estes momentos de partilha fazem-nos tão bem.

É por isto tudo que eu gosto tanto do Verão.

 

O bom do Verão são os mergulhos na água quentinha ou fresquinha dependendo da praia.

O bom do Verão é ficar maravilhado com a nossa costa.

O bom do Verão é ver os nossos filhos, a fazer amizades de praia como nós em tempos fizemos e com os filhos dos nossos amigos de praia de outros tempos.

O bom do Verão é ficar na praia até às nove da noite e jantar em qualquer sitio porque os horários e as rotinas nesta altura estão de férias.

O bom do Verão é receber os amigos que estão longe, em nossa casa e fazer com que eles se sintam em casa. 

O bom do Verão é conhecer praias novas e diferentes que são tão bonitas que nos provam que Portugal é magnífico.

O bom do Verão são as jantaradas com os amigos em que somos tantos à mesa que quase não temos loiça para todos.

O bom do Verão é beber gin na esplanada apesar de ter de ir trabalhar no dia seguinte.

O bom do Verão é o cheiro a mar e protector solar no corpo e no cabelo.

O bom do Verão é ver o pôr do sol na praia e ver as gaivotas a chegar para passarem a noite.

O bom do Verão é namorar nos poucos momentos que temos para nós.

O bom do Verão é aproveitar o calor e os dias longos para ser feliz.

O bom do Verão é viver sem pressa e aproveitar cada momento.

 

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