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Crónicas de uma Vida Pouco Privada

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Espaço dedicado à vida pouco privada de uma família de quatro, mãe, pai, mini e micro, gerido pela mãe que tenta não se esquecer de ser mulher e companheira quase todos os dias...

Do fim de semana...

Vamos de férias para a semana, entrámos em modo countdown e passámos o fim de semana quase fechados em casa, e porquê? Porque passou uma virose lá por casa que deixou metade da equipa lesionada, resultado: achei melhor deixar toda a gente a recuperar bem resguardada, porque estes putos têm uma tendência fantástica para adoecer nas piores ocasiões.

Mas confesso que no domingo também não me estava a sentir muito bem, estava mole e com uma dor de cabeça gigante, provavelmente por estar menstruada. Tenho muitas saudades da minha pílula de amamentação, desde que o Micro nasceu (quase 4 anos) que tem sido o meu método contraceptivo e é sem dúvida o meu preferido, mas como não tenho período também aumento a probabilidade de formação de quistos e foi o que aconteceu. Felizmente o problema resolveu-se com o regresso a uma pílula com estrogênio e progesterona e todos os seus efeitos secundários... Enfim, não se pode ter tudo ;)

Como ficámos o domingo todo em casa arranjei estratégias para entreter miúdos e graúdos, na verdade não os queria agarrados ao ecrã, o Mini tem ma tendência gigante para passar horas a jogar ou a ver filmes ou tv... Brincaram com quase tudo o que têm em casa, desde jogar hóquei, fazer vilas de Lego Duplo, montar aviões de Lego mas de marca branca (não comprem são uma treta, as peças não encaixam bem, os planos saltam passos e no final o lego está sempre a desmontar-se... não sou muito destas coisas, mas neste caso é mil vezes melhor o original), lutas de almofadas, fazer casas de baixo das mantas e montar exposições de carros. Só não jogaram playstation e só viram um filme ao final do dia de ontem ;)

O fim de semana acabou por ser bastante produtivo, como estava fechada em casa fiz, iogurtes para a semana, scones para o lanche, um bolo e a granola para comer com o iogurte. 

Disto de ser mãe #11

Mudando um pouco de temática relativamente ao post anterior, mas não fugindo muito, quero dizer que tenho muito orgulho nos meus putos.

Tenho a sensação que ando sempre zangada com eles, que parece que andamos sempre às turras e que eles nunca fazem o que lhes digo, mas a verdade é que quando vou às reuniões da escola e oiço o que as professoras têm para dizer, apercebo-me que talvez a coisa não esteja tão má assim. 

O Mini entrou este ano para o primeiro ciclo, e não podia estar mais satisfeita, na verdade o miúdo integrou-se perfeitamente, faz os trabalhos de casa na biblioteca da escola enquanto espera por mim, a maioria das vezes e teve muito bons resultados no final no primeiro período. Apresenta boa capacidade de aprendizagem das letras e um raciocínio muito bom a matemática, as artes não são a praia dele, mas isso eu já tinha percebido. Confesso que fiquei muito feliz por o ver tão bem integrado nesta nova realidade, fiquei apenas um pouco preocupada com as pequenas obsessões dele, ele é um pouco OCD como eu e sei de experiência que isso nos trás alguns dissabores ao longo da vida. 

O mais novo também mudou este ano. O Micro entrou para o pré-escolar e apesar de achar que ele não ia adaptar-se muito bem, porque é mais mimalhinho, na reunião de final de período com a professora, percebi que afinal, aquelas vergonhas do início do dia, dispersavam rapidamente e que surpreendemente o miúdo ajuda muito os colegas e a equipa da sala, arruma tudo o que utiliza e é um miúdo muito interessado. Ora quando eu em casa lhe peço para arrumar alguma coisa, ele responde que não pode porque está muito cansado ou muito ocupado, imaginem a minha surpresa.

Gosto muito da escola onde eles estão, gosto da equipa do pré-escolar e gosto muito da professora do Mini, apesar de achar que ela é um bocadinho exigente de mais com eles, no entanto para o miúdo esse nível de exigência correu bem por isso não podia estar mais satisfeita.

Em resumo, apesar das minhas dúvidas e inseguranças, de achar que muitas vezes sou uma nódoa como mãe e de me sentir uma besta quase todos os dias, nem tudo é mau e os miúdos na escola são uns bem dispostos, responsáveis e gostam de apreender. 

Da notícia de hoje ...

Um pouco a propósito do post de ontem surge hoje esta notícia no Diário de Noticias:

Governo alarga licenças parentais

Por acaso, nem é bem o título que me interessa mais, mas sim o que li no corpo da notícia. Entre várias medidas associadas ao incentivo à natalidade, pode ler-se e passo a citar:

"Trata-se de uma mudança cultural que exige convocar toda a sociedade e assumir um compromisso coletivo com medidas de impacto a curto, médio e longo prazo. Este programa representa, por isso, um esforço conjunto do governo, de empresas públicas e privadas, e de entidades da administração pública central e local", lê no preâmbulo do programa, a que o DN teve acesso.

Uma mudança cultural, que eu ando a defender há bastante tempo e que é fundamental, para voltarmos a ser pais dos nossos filhos e não apenas alguém que lhes dá de comer, duas vezes por dia (já que normalmente almoçam na escola) e os acomoda na cama à noite, depois de lhes dar banho. 

Pessoalmente acho que o meu vencimento não é adequando nem à minha função, nem à minha formação, mas ultimamente já quase que nem falo em aumento (apesar de o aceitar se tal me for proporcionado obviamente que não sou hipócrita a esse ponto), falo de mais tempo. Preciso de mais tempo, mais tempo para ser mãe, mais tempo para ser mulher, mais tempo para ser eu...

Na noticia ainda refere algo porque luto quase desde entrei no mercado de trabalho, que já está referido na lei, mas que praticamente nenhuma empresa em Portugal permite colocar em prática, passo mais uma vez a citar. 

Neste "conjunto de medidas" inclui-se "a implementação de práticas laborais" como o "teletrabalho, horários adaptados, horas-limite para reuniões, ginástica laboral" e o "desenvolvimento de sistemas de apoios pessoais e familiares (formação, incentivos à partilha das licenças entre pais e mães, protocolos com entidades prestadoras de serviços em áreas diversas como a saúde, cuidado de pessoas em situação de dependência, desporto, cultura e lazer)".

O teletrabalho é totalmente possível na minha função durante pelo menos dois dias por semana (e estou a ser boazinha), e seria para mim uma mais valia enorme. Adequar horários é tão simples na minha empresa que até doí ter 1h30m de almoço, por depois sair do escritório depois das 18h, quando às 17h já podia estar a apanhar os miúdos, permitindo um ganho de quase duas horas nas nossas rotinas diárias. 
 
Têm todo o meu apoio, posso-me dar como voluntária neste projecto piloto e espero ver resultados em breve (eu sou paciente...) e não só notícias bonitas no jornal. 

 

Dos filhos...

Preparem-se que este post é longo...

 

Há mais ou menos dois anos, comecei a tomar consciência de algo que no fundo sempre soube, mas que sempre tentei ignorar. Nós somos totalmente forçados pela sociedade a viver da forma como vivemos. Tenho vários exemplos disso, alguns mais flagrantes que outros, mas esse será tema para outro post. Hoje quero apenas falar de um tema, os filhos.

Toda a pressão social que existe à volta de ter ou não ter filhos, ter um ou dois, ter dois ou mais, ter filhos rapazes ou filhos raparigas, amamentar, movimentos de educação alternativa, atl's, actividades extra curriculares, etc, etc, etc, é completamente ridículo e é quase obsceno a forma como as sociedades impõem o rumo de cada casal na actualidade.

Em miúda, não demonstrava grande queda para a maternidade, tinha um Nenuco, que servia mais de audiência para as minhas brincadeiras do que de suposto bebé de fingir, nunca tive carrinho de brincar e nunca o levei para lado nenhum, como via muitas miúdas da minha idade a empurrar o Nenuco num carrinho cor de rosa cheio de folhos, vestido com as roupas de quando elas eram bebés. Não era de todo a minha cena, mas durante a adolescência isso mudou, e decidi que queria ser mais jovem, não podia ser tão jovem como a minha mãe tinha sido, porque queria estudar, mas seria mãe aos vinte cinco, porque com essa idade, na minha sonhadora cabeça de adolescente, já tinha concluído a licenciatura e teria entrado no mercado de trabalho, o que queria dizer que teria um emprego estável e um conforto financeiro que me permitia pensar na maternidade.

Mais tarde já na universidade, constatei que o meu sonho era bonito, mas impraticável, porque o mercado de trabalho não era assim tão acolhedor como idealizei e porque os meus namoros de universidade foram grandes desilusões, levando-me uma altura a questionar a hipótese de ser mãe solteira adoptante, sem grande justificação, apenas nunca me passou pela cabeça fazer uma inseminação, pensei sempre que se fosse essa a minha vontade, ser mãe solteira, adoptaria. 

Mas depois o homem da minha vida apareceu, e as coisas mudaram de rumo, acabámos o curso no mesmo ano e rumámos à minha terra natal, porque a oportunidade de trabalho assim o ditou, e o sonho da maternidade ficou em stand bye, porque era jovem e ingénua e achava que isto de trabalhar na área era realmente uma dádiva e que ia ter uma carreira promissora, enfim, passados poucos anos compreendi que um trabalho serve realmente para ganhar dinheiro de forma a manter uma vida estável e tentar fazer o que gostamos de verdade. Por isso, quanto verifiquei que não ia ser uma "engenheira famosa", o sonho da maternidade voltou e depois andámos a fazer tempo, para encontrar um período estável nas nossas vidas, o homem era professor e não estava fácil arranjar lugar perto de casa.

Mas como a vida tem um rumo próprio, quando nós pensávamos que a estabilidade tinha chegado, e decidimos engravidar, o pai ficou desempregado, aliás esse foi o último ano que deu aulas, e para provar que a vida tem realmente um rumo definido, quando o nosso segundo filho nasceu, o pai também estava desempregado. O que na verdade não mudou em nada a forma como os dois foram recebidos na nossa família.

Sou uma mãe feliz, com medos e dúvidas, certezas e conquistas, como a maioria das mães que conheço, queria ser mãe, não foi a sociedade que me "obrigou", foi algo que recebi com toda a naturalidade do mundo e sei que sou hoje muito mais eu, do que era antes de os ter, mas...

Há sempre um mas... Mas vou deixar esse mas para mais à frente.

Já contei como não queria ser mãe, como passei a sonhar ser mãe e como fui mãe, agora vou contar porque comecei este post a falar na pressão que a sociedade faz sobre nós.

Cresci numa casa cheia, passei metade da minha infância e metade da minha adolescência a viver numa família de 7 pessoas. Os meus primos que viviam numa zona mais interior passavam a semana connosco, para puderem estudar sem fazer dezenas de quilómetros todos os dias, por isso para mim família sempre foi barulho, muita gente à mesa, muitas gargalhadas e muitas discussões.

Sempre quis ter uma família grande, por isso sempre que me perguntavam quantos filhos queria, o número três saltava rapidamente. Quando começámos a falar em constituir família, o homem e eu apalavramos dois filhos gerados e uma adopção. 

Com o tempo comecei a achar que gostava de gerar os três filhos e adoptar quando eles fossem mais velhos. 

Como gerámos dois rapazes a pressão social para "tentar a menina" tem sido grande, e aqui entra a justificação deste post.

Porque é que temos filhos? Eu sei porque quis ter filhos, sei porque quis ter dois e sei porque agora não penso em ter três, gerado ou adoptado. Eu sei porque tomei todas as decisões que tomei no que diz respeito à maternidade e sei porque não quero "tentar a menina", apesar de ser algo com que sempre sonhei. Eu sei, mas... os outros sabem? 

A sociedade impõe-nos a constituição de família, as mulheres com mais de vinte e cinco anos sofrem pressões incríveis para começar a pensar em ser mães, as de trinta anos, são quase condenadas por ainda não serem mães e as com quarenta anos são rotuladas de loucas se quiserem ser mães. E nós aceitamos essa imposição, e constituímos família, temos filhos, e depois, o resto? Quem faz? Porque o que a sociedade nos esquece de impor é a educação desses filhos, a responsabilização e a real construção da FAMÍLIA.

Hoje ter filhos está na moda, é giro comprar o carrinho de bebé topo de gama com tracção atrás e rodas XPTO, é giro comprar cinco conjuntinhos para cada dia e três pares  de sapatos quando eles ainda nem os usam, mas cuidar deles, manter uma família estável, educar para a responsabilização, para a compreensão, para o amor próprio, para o respeito pelo próximo, para a generosidade, para o civismo, cada vez é mais démodée.

Quando olho à minha volta e não me excluo desta situação, vejo crianças irresponsáveis, pouco colaborantes, muitas vezes mal educadas, mas sejamos honestos, na realidade as crianças, são educadas umas pelas outras.

Felizmente tenho muito bons exemplos à minha volta, mas vejo muitas famílias que não são realmente famílias, a sociedade impõe-nos níveis de consumo completamente desajustados e ritmos de vida completamente incompatíveis com a constituição de uma família estável e equilibrada.

Como já disse atrás, sou uma mãe feliz, com medos e dúvidas, certezas e conquistas, como a maioria das mães que conheço. Queria ser mãe, não foi a sociedade que me "obrigou", foi algo que recebi com toda a naturalidade do mundo e sei que sou hoje muito mais eu do que era antes de os ter, tenho uma família grande e bem disposta, na maioria dos dias, feliz, mas...

Mas os filhos não são necessariamente sinónimo de famílias felizes, muitas vezes nem são sinónimo de família, de todo. Quando olho à volta vejo muitas crianças que já não são filhos, e muitos casais que já não são família, temos de ser mais conscientes do que representa constituir uma família, do que represente colocar a nova geração no mundo e principalmente o que representa educar a nova geração e a sociedade não pode ser o motor destas decisões. Não podemos ter filhos apenas porque é o que a sociedade espera que façamos, muito menos devemos ter filhos para salvar casamentos. 

Quando planeamos ter um filho temos de ser conscientes do que nos será exigido.

Conscientes, acho que é a palavra que define tudo o que queria dizer sobre este assunto.

Disto de Ser Mãe #10

No Domingo passado celebrou-se o Dia da Mãe.

Confesso que não liguei muito ao dia em si, não postei fotos bonitas no Instagram rodeada dos meus miúdos, nem escrevi que ser mãe é a melhor coisa do mundo no Facebook. 

Confesso que ás vezes estes dias me soam a falso e a hipocrisia.

Confesso que adoro ser mãe e que os meus miúdos são uns amores, que me ofereceram umas coisinhas feitas por eles, muito giras.

Mas decidi escrever sobre o Dia da Mãe essencialmente porque me apanhei a pensar no significado disto tudo, e como tanta coisa se foi desvirtuando com o tempo, mas há coisas que nunca mudam.

Eu sou uma sortuda porque tenho o privilégio de ter a minha mãe a tempo inteiro. (e eu sei que há muita gente que não pensa assim) 

A minha mãe é um do meus pilares e a minha vida sem a presença dela a tempo inteiro seria muito mais complicada.

Mas mais importante que tudo isso, é o facto de a minha mãe me ter ensinado a ser mãe, e não eu não sou a mesma mãe para os meus filhos que ela foi para mim, mas ela mostrou-me o caminho, mostrou-me o que era certo e o que era errado e fundamentalmente mostrou-me que mãe eu queria ser.

Apesar de no Domingo, ser mãe ser a melhor coisa do mundo, segundo uma boa parte dos utilizadores do sexo feminino do Facebook, ser mãe é uma das missões mais complexas que tive de enfrentar e que irei enfrentar até ao final da minha vida.

Sei que sou muito mais eu desde que sou mãe, e que os meus filhos são boa parte da minha razão para viver, mas também sei que são boa parte das minhas frustrações, inseguranças e medos.

Ser mãe trouxe-me perspectiva e mudou significativamente as minhas prioridades e mostrou-me que devemos valorizar as pequenas coisas. E essa foi uma das grandes lições que a minha mãe me tentou passar. Os nossos almoços de família (que muita gente acha uma seca), o poupar para irmos de férias todos juntos, os pequenos gestos de carinho e reconhecimento e principalmente a compreensão nos momentos de fragilidade (ás vezes apenas com um silêncio de reconhecimento) são tudo mensagens da minha mãe.

Há, mesmo assim, muita coisa que ela não me ensinou e há muita coisa que não faço como ela fez (e não há mal nenhum nisso).

Quando o Mini nasceu queria muito ser como a mãe do Ruca, sempre li muito sobre educação e tinha (e tenho) pavor de criar filhos mal educados, insensíveis e socialmente inconscientes, no entanto apesar de continuar sempre há procura de estratégias e ferramentas nesta área e de continuar a ler muito sobre educação, hoje quase seis anos depois, sei que não quero nada ser como a mãe do Ruca, quero mesmo é ser uma mãe real.  

Ao longo da história, a mãe foi apenas a cuidadora durante muito tempo, depois começou a trabalhar e passou a ser a super mulher, depois tornou-se tudo um fardo e a mãe passou a ser a vitima e agora, devagarinho já se começa a perceber que a mãe é simplesmente uma Mulher, real, com fragilidades e virtudes e com medos e certezas, eu não quero ser uma mãe exemplar.

Quero ser a mãe que grita, mas que todos os dias tenta não gritar e vai melhorando devagarinho; 

Quero ser a mãe que chora em segredo quando não se consegue controlar perante uma asneira;

Quero ser a mãe que se enche de orgulho com as pequenas vitórias dos filhos;

Quero ser a mãe que precisa de pelo menos um banho sozinha por semana, sem intrusos na casa de banho;

Quero ser a mãe que às vezes não resiste e dá o ovo de chocolate antes do jantar, mesmo sabendo que isso vai fazer com que o miúdo não jante nada de jeito;

Quero ser a mãe que vai jantar fora com o pai porque, o pai e a mãe precisam de tempo a dois;

Quero ser a mãe que poupa dinheiro todo ano para levar a família toda a passear;    

Quero ser a mãe que deixa queimar o jantar porque se distraio a ver qualquer coisa da televisão;

Quero ser a mãe que ri e que chora com eles, que abraça e faz cocegas e enche de beijos, mesmo quando eles fogem;

Quero ser a mãe que se preocupa com o que veste e trata de si;

Quero ser a mãe que vai com os miúdos ao cinema e ao parque;

Quero ser a mãe que vai com os amigos ao cinema, porque às vezes também é bom ver filmes que não são de animação;

Quero ser a mãe que partilha com o pai a difícil tarefa de educar crianças neste mundo de valores desajustados e vidas de fachada; 

Quero acima de tudo ser Mulher, quero ser real, com tudo o que isso trás associado,tão simples como isto, porque para ser mãe temos mais que tudo ser mulheres reais, cheias de falhas, defeitos e imperfeições, certezas, virtudes e qualidades.

 

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Disto de Ser Mãe #9

Disto de Ser Mãe passou a rubrica, tenho sempre muita coisa para dizer acerca do assunto...lol

 

Adoro ser mãe, sempre foi sem dúvida um desejo. Julgo que a minha relação com a minha irmã é um pouco estranha (para não dizer outra coisa), exactamente por sempre ter assumido um papel demasiado maternal com ela.

Quando era mais nova achava que queria ser mãe aos 25. Quando os 25 chegaram, estava longe de querer engravidar ou mesmo estar preparada para isso. O tempo passou e chegámos a uma altura em que eu só pensava no assunto. Quando finalmente achámos que a altura tinha chegado eu estava nos 30. O Mini nasceu e uma semana depois fiz 31 anos. Não sei se foi tarde, se foi cedo, nem quero realmente saber. O que interessa é que adoro ser mãe. 

Mas... sim há sempre um mas, quando olho à volta tenho sérias dúvidas onde me situar nesta coisa da educação, maternidade, parentalidade, etc. 

Cada vez há mais informação disponível e cada vez há mais gente a seguir movimentos educativos diferentes e muitas vezes quando olho para a nossa família questiono se estamos ou não a ser bons pais (e sim eu sei que esta dúvida nos vais assombrar por muito mais tempo do que aquele que gostamos de admitir).


Hoje o tema é o excesso de presentes na época do Natal.

 

Este Natal foi passado a norte, em casa dos pais do homem, com os tios e os primos de lá. É sempre uma animação, mas uma dor de cabeça para mim, porque há sempre a situação dos presentes para gerir.

Este ano como já percebem bem os dois, decidimos que podiam escolher três presentes cada um, para levar para cima e abrir em casa dos avós. Como ainda acreditam no Pai Natal, a história que contámos para justificar o aparecimento de tantos presentes com o nome deles ali por casa é que só à meia noite quando o Pai Natal passa lá por casa é que faz magia e enche os embrulhos com as coisas que eles pediram. Normalmente dizemos de quem vêm o presente, informando que foi por exemplo que "A tia pediu ao Pai Natal para trazer aquele presente", para tentar mostrar de onde vêm as coisas e a quem devem agradecer.

Mas mais uma vez, acabei a época com a sensação de que é tudo de mais, são demasiados presentes, demasiados brinquedos, demasiadas futilidades. Eu também o faço, também compro livros ou brinquedos para todas as crianças da minha lista. São mais de 20 crianças e não é simples, mas faço-o porque gosto e quero, não por obrigação, no entanto às vezes acho que devíamos resfriar um pouco este excesso de brinquedos que despejamos no colo dos miúdos.

Antes do Natal, juntei os dois e escolhemos brinquedos que já não queriam, para entregar aos meninos que não têm ou a amiguinhos mais pequeninos, e eles fizeram-nos de boa vontade, sem questionar, mas mesmo assim, tenho o quarto cheio de coisas.

Sou muito apologista das experiências, e graças ao Tio N e à Tia I, este Natal foram ao Sea Life no Porto e depois no regresso, nós decidimos oferecer-lhes uma visita à exposição dos Dinossauros Alive, que está na Cordoaria Nacional.

Para mim este tipo de presentes faz muito mais sentido, mas também não temos assim tantas experiências para oferecer, além de que não tenho orçamento para oferecer aos mais de vinte da minha lista, uma experiência. No entanto aos meus, sempre que puder, prefiro oferecer experiências do que bens.

Assusta-me o desprezo com que certos miúdos contam e comparam o número de presentes ou a forma como recebem um presente, sem agradecer, como se fosse uma obrigação nossa dar-lhe algo. Que valores vão ter estes miúdos quando crescerem?

Como é que chegámos aqui e como é que eu não deixo os meus serem exactamente como o primo de Harry Potter que se zangou com o pai porque recebeu 36 presentes no aniversário, menos um do que no ano passado?

 



Não é simples ensinar o valor das coisas numa sociedade de consumo como a nossa e também não os quero privar das vantagens de viver na sociedade actual, mas a minha luta interna é grande... muito grande.

Disto de Ser Mãe #8

Disto de Ser Mãe passou a rubrica, tenho sempre muita coisa para dizer acerca do assunto...lol

 

Adoro ser mãe, sempre foi sem dúvida um desejo. Julgo que a minha relação com a minha irmã é um pouco estranha (para não dizer outra coisa), exactamente por sempre ter assumido um papel demasiado maternal com ela.

Quando era mais nova achava que queria ser mãe aos 25. Quando os 25 chegaram, estava longe de querer engravidar ou mesmo estar preparada para isso. O tempo passou e chegámos a uma altura em que eu só pensava no assunto. Quando finalmente achámos que a altura tinha chegado eu estava nos 30. O Gabriel nasceu e uma semana depois fiz 31 anos. Não sei se foi tarde, se foi cedo, nem quero realmente saber. O que interessa é que adoro ser mãe. 

Mas... sim há sempre um mas, quando olho à volta tenho sérias dúvidas onde me situar nesta coisa da educação, maternidade, parentalidade, etc. 

Cada vez há mais informação disponível e cada vez há mais gente a seguir movimentos educativos diferentes e muitas vezes quando olho para a nossa família questiono se estamos ou não a ser bons pais (e sim eu sei que esta dúvida nos vais assombrar por muito mais tempo do que aquele que gostamos de admitir).

 

Hoje o tema são ser mãe ou pai sozinho (durante as férias).

 

Este verão mais uma vez deparei-me com o problema das férias dos miúdos, recorri aos meus pais como felizmente tenho feito desde que o Gabriel nasceu e eles passaram quase um mês com os avós na praia. Também recorri a visitas desta altura do ano, como os padrinhos do Gabriel e os tios e primos dos miúdos que ficaram com ele antes da avó entrar de férias em Agosto e mesmo durante, quando os avós estavam ocupados. Não é a solução ideal, mas até gosto do resultado. A facilidade com que o Gabriel passa tempo com outros familiares e amigos deixa-me muito feliz, sei que estou a criar um miúdo independente e espero conseguir fazer o mesmo com o Miguel.

E aqui é que surge a questão do tema de hoje. Cuidar de dois miúdos durante as férias de verão.

Num dos dias em conversa com uma familiar, fui informada de que ela não conseguia ir para a praia com os dois, sozinha, teria de levar sempre alguém com ela, por isso enquanto não teve companhia, esteve em casa. Fiquei de boca aberta, mas depois de fazer uma retrospectiva, lembrei-me de mais alguns casos que conheço (mas com quem não privo) que fazem o mesmo, não sei se por medo, se por comodismo. 

Não querendo aqui julgar ninguém, gostava de lembrar todas as mães e pais também, que nós (pai ou mãe) conseguimos cuidar de uma, duas ou mais crianças sozinha(o)s. Não é simples, dá trabalho, mas nunca deixem de sair à rua, de ir à praia ou a um parque, porque acham que não conseguem cuidar de dois miúdos. É tudo uma questão de regras e paciência. 

Na altura comentei com a minha familiar, que ia sozinha com os meus para a praia, mas a resposta foi, eu tenho medo que eles fujam...

Conheço muitas mães que se desenrascam tão bem ou melhor que eu, só temos de ser práticas e como já disse, regras e muita paciência, e é claro que é muito mais fácil e até agradável levar companhia, mas é bom lembrar que nós somos capazes sozinha(o)s. 

Uma das coisas que aprendi com a maternidade é que somos capaz de muito mais do que aquilo que pensamos.

Disto de Ser Mãe #7

Disto de Ser Mãe passou a rubrica, tenho sempre muita coisa para dizer acerca do assunto...lol

 

Adoro ser mãe, sempre foi sem dúvida um desejo. Julgo que a minha relação com a minha irmã é um pouco estranha (para não dizer outra coisa), exactamente por sempre ter assumido um papel demasiado maternal com ela.

Quando era mais nova achava que queria ser mãe aos 25. Quando os 25 chegaram, estava longe de querer engravidar ou mesmo estar preparada para isso. O tempo passou e chegámos a uma altura em que eu só pensava no assunto. Quando finalmente achámos que a altura tinha chegado eu estava nos 30. O Mini nasceu e uma semana depois fiz 31 anos. Não sei se foi tarde, se foi cedo, nem quero realmente saber. O que interessa é que adoro ser mãe. 

Mas... sim há sempre um mas, quando olho à volta tenho sérias dúvidas onde me situar nesta coisa da educação, maternidade, parentalidade, etc. 

Cada vez há mais informação disponível e cada vez há mais gente a seguir movimentos educativos diferentes e muitas vezes quando olho para a nossa família questiono se estamos ou não a ser bons pais (e sim eu sei que esta dúvida nos vais assombrar por muito mais tempo do que aquele que gostamos de admitir).

 

Hoje o tema são as "fases" e os nossos dramas.

 

Ter dois filhos dá-me alguma vantagem nesta situação. Mas desde que o Mini nasceu que comecei a perceber que nos bebés e crianças as coisas mudam relativamente rápido, e muitas vezes aquilo que parece um drama sem solução nos primeiros dias acaba por se resolver, por si mesmo, algum tempo depois. 

Há "fases" mais chatas que outras, há coisas com que lidamos mais facilmente que outras, mas hoje sei que olho para o Micro com muito mais calma e muito menos stress do que olhei para o Mini. Basta referir que o Micro não engordou uma grama entre os três e os quatro meses de idade, aliás até acho que numa das semanas perdeu peso e eu encarei aquilo com muita descontracção, o miúdo mamava, não queria o suplemento, eu não estava a criar um porco para a engorda e já sabia, de outras voltas, que enquanto ele estivesse reactivo bem disposto e sem doenças visíveis estaria bem, por isso quando o enfermeiro me perguntou porque estava tão descontraída com a situação lhe respondi calmamente. "Parece-lhe uma criança com fome?" E ele riu-se e disse que não e assim ficámos até o miúdo decidir que afinal já queria o suplemento e começou a ganhar peso.

Os miúdos passam por inúmeras fases estranhas, que passam por coisas tão variadas como não querer biberon para depois adorar biberon, não comer legumes, não comer carne, não comer peixe, não comer fruta, comer tudo e mais alguma coisa, não comer nada, só fazer o número dois na fralda quando já fazem o número um há séculos na sanita, não precisar de fralda e voltar a precisar, fazer birras porque o pai ou a mãe vai embora, timidez extrema, falar pelos cotovelos, entre tantas outras pequenas coisas que verificamos diariamente. 

O Micro durante o inverno recusou-se a comer qualquer tipo de fruta, a única fruta que acabava por consumir era nos sumos que eu fazia para bebermos, no entanto, de algum tempo para cá começou a comer banana e também já come alguma melancia. 

Provavelmente se tivesse sido o Mini a passar por isto teria tentado tudo e mais alguma coisa, para o fazer comer fruta, mas hoje sei que o Micro eventualmente vai acabar por começar a comer fruta, nem que seja porque lhe digo que não sai da mesa enquanto não o fizer. Se é chato? É! É chato saberes que ele não aprecia fruta, algo que é muito importante para uma alimentação equilibrada, mas sei que no futuro a fruta vai acabar por entrar na rotina dele, assim como tantas outras coisas entraram.  

Conheço muitas mães, umas mais descontraídas que eu e umas menos descontraídas que eu, sei que me ajuda o facto do pai ser assim mais relax, mas sem dúvida que não ganhamos nada em dramatizar com as pequenas crises que os miúdos geram à sua volta, faz tudo parte do crescimento e evolução deles.